Tuesday, July 04, 2006

Serviço Social (aceito remodelações, mas não de português)


Alguém me pediu para escrever algo sobre serviço social. Tossi um pouco, porque é daqueles assuntos que não sei por onde começar.
Muita gente não sabe o que é Serviço Social e eu podia-vos dar uma definição teórica e ficar por aí, mas achei que isso era pouco esclarecedor.
A profissão de Serviço Social para quem não sabe, não é servente social (como já ouvi várias vezes), é Assistente Social (ou técnica de Serviço Social, mas não vou por aqui).
Num mundo onde não há trabalho para todos, existem um conjunto de pessoas excluidas que não têm trabalho. Para quem não sabe, o trabalho ou a ocupação forma a identidade da pessoa, então o que acontece? Acontece o desvio e outras maleitas advindas deste problema, porque sem trabalho não há dinheiro, há ocio (e também não entremos por aqui, no fundo o que quero dizer é que é mau), assim aparecem umas tantas respostas dadas pelo estado e não só para minorar todas as problemáticas advindas destes problemas (subsidios de desemprego etc).
Mas mais uma vez ser Assistente Social, não é nem deve ser só dar subsidios, quem nos dera a nós que os subsidios fossem neste momento uma resposta eficiente.
Estas populações que recebem este género de subsidio, normalmente agem numa cultura de pobreza, onde os filhos são obrigados a procurar dinheiro, pelo trabalho ou não e esquecem a escola e entramos num ciclo. Assim, além dos subsidios, cabe aos Assistentes Sociais acompanhar estas familias, fazer projectos sociais, contactar com o máximo de instituições que garantem que todas as condições são dadas para haver o direito á educação.
E este conjunto de instituições pode passar por creches (para um irmão não ficar a cuidar de outro), hospitais e outras instituições que cuidam de doentes (nas situações em que um dos pais precisa de uma vigilância constante), prisões (para não perderem horas de escola para ver familiares á prisão).
Claro que estas situações são muito mais complexas do que parecem, estou apenas a simplificar para tentar desmistificar.
Existem também aquelas situações de abandono de filhos, os lares, os sem-abrigo, as prisões e os institutos de reinserção social (onde muitas vezes o problema central não passa pelo trabalho como já dei em exemplo), onde podemos encontrar Assistentes Sociais a trabalhar.
Nestas situações não tenho muito para testemunhar, porque não estagiei em nenhuma delas, mas se quiserem saber pode ser que esteja nos comentários algo escrito, porque desafio as minhas colegas a escrever mais alguma coisa.
Outro comentário que já ouvi é coitadinha, epá eu não axo que isto seja uma profissão má, axo que realmente é uma profissão de pessoas que acreditam e têm esperança num mundo melhor.
E para as pessoas que dizem coitadinha, eu compreendo-vos porque ao menos sabem que isto é bem mais dificil de se resolver, quando não impossivel, e até fico contente porque sei que sabem que isto é complexo, mas também quero que saibam que a felicidade de mudar a situação para melhor destas pessoas não me torna infeliz, agradeço a compaixão, mas não preciso dela:)

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